quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

- Dança Folia de Reis -




- Encenação do Livro:
O Guarani - José de Alencar - 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Folia de Reis

• O que é?

As folias tomas várias configurações pelo território brasileiro

A Folia de Santos Reis, Reisado, Companhia de Reis (muitos não gostam do termo "Folia" por não se tratar de uma brincadeira, mas de um trabalho sério, de fé e devoção) ou simplesmente Folia de Reis, são cortejos de caráter religioso que se realizam em vários estados do Brasil. Ocorre entre o Natal, 25 de dezembro, e a Festa de Reis, 6 de janeiro.
A Folia de Reis é um auto popular, um teatro do povo. É religioso, sagrado e ao mesmo tempo folclórico: conta a história oficial da Igreja Católica à luz da cultura popular tradicional. Por isso é tão rico e cheio de nuances. Trata-se da manifestação popular mais difundida do Brasil e rica em ritos e crenças próprias.
A Folia de Reis representa a história da viagem dos três Reis Magos à gruta de Belém. Reproduzindo de forma simbólica essa procissão, os grupos vão de casa em casa adorar o Menino Deus no presépio ou lapinha.
A possibilidade de improvisação individual, permite a recriação constante do ritual e quando estas criações individuais são aceitas pelo coletivo passam a ser incorporadas ao repertório das tradições desta comunidade, deste coletivo. Por isso, cada folia tem sua tradição de acordo com a região, os ensinamentos que são passados de geração em geração ou mesmo da forma de entendimento do mestre ou embaixador, a pessoa que lidera a folia.

• Origem

De origem ibérica adquiriu uma característica peculiar e popular no Brasil


A Folia de Reis chegou ao Brasil com os portugueses, na era colonial. Aqui, espalhou-se por todas as regiões brasileiras, tanto nos pequenos povoados, como nas grandes cidades.
Câmara Cascudo ("Dicionário do Folclore Brasileiro") diz que no século XVI "inicia-se a dramatização com canto e dança, recebendo contribuição dos cantos populares e a produção literária anônima em louvação ao Divino Natal”.
A maioria dos estudos atribui origem Européia às folias, talvez relacionadas às “Jornadas de Pastorinhas”, meninas-moças que no período litúrgico do Natal percorriam as casas pedindo esmolas com finalidade assistências, usando a música como pedido e agradecimento.
As “Companhias de Reis” eram inicialmente um revisão camponesa do que as pastorinhas faziam nas cidades, que mudou com o tempo acrescendo ritos que são mantidos até hoje. As letras alteraram-se, mas as melodias são as mesmas, fazendo parte do cancioneiro religioso do catolicismo ibérico.

• Características

Composta por vários personagens, sua forma e expressão variam de lugar para lugar

As folias de reis são compostas por um número variado de participantes ou foliões. Podem aparecer vestindo uniformes, mas de forma geral, vestem roupas comuns, portando ou não uma echarpe branca em volta do pescoço, símbolo da pureza do Menino Jesus, de Maria e dos próprios foliões.
Caminham de casa em casa cantando e portando instrumentos como caixa, viola, violão, cavaquinho, rebeca, bandolim e sanfona variando sempre de região para região. As violas e os violões são enfeitados com fitas coloridas que podem carregar um simbolismo: as amarelas, cor-de-rosa e azuis podem simbolizar a Virgem Maria, sendo também que a cor-de-rosa tem por significado os doze apóstolos de Cristo. A fita branca representa o Divino Espírito Santo.
Os cantos são de "chegada", onde o líder ou embaixador pede permissão ao dono da casa para entrar, "saudação" à lapinha e "despedida", onde a Folia agradece as doações, a acolhida e se despede. O canto é tirado em solo pelo folião-mestre. Os outros foliões respondem em coro, inserindo a "requinta", um agudo bem prolongado. Em algumas regiões as canções de Reis são por vezes ininteligíveis, dado a sensação de um "caos sonoro" bem típico.
As danças são parte das folias e feitas normalmente pelos bastiões, palhaços ou alferes e podem ser diversas, conforme a região, como a dança-da-jaca,balanceadocateretêdo meio dia e outras.
À frente do grupo caminha o bandeireiro ou bandeireira, pessoa responsável por carregar o símbolo que representa a folia: a sua bandeira. A bandeira possui várias configurações diferentes apresentando aspectos da folia que representa.
Feita normalmente de tecido, é enfeitada com flores de plástico ou de papel e fitas coloridas, sempre costuradas e nunca amarradas com nó cego ou alfinetes para, segundo a crença, não “amarrar” a Companhia ou atrapalhar sua jornada. Em algumas folias, as bandeireiras fazem uma revisão criteriosa nos enfeites para retirar aqueles que “amarram” a bandeira.


A bandeira é carregada de simbologia

No corpo da bandeira são retratados temas variados, sendo os mais correntes a imagem dos Reis Magos ou da Sagrada Família. A bandeira se enfeita mais quando populares prendem nela os ex-votos como fotos, fitas ou pequenos objetos. Estes ex-votos a acompanham por toda a sua jornada ou peregrinação da folia e, ao término desta, são retirados e jogados em água corrente ou levados até o Santuário de Aparecida, na Região do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. Por tradição, não se pode jogar esses ex-votos em água parada, queimá-los ou guardá-los na casa dos foliões. Os adereços são sinal de devoção ou de cumprimento de promessa.
Sobre sua origem, é corrente a história de que, em agradecimento à visita ao Menino Jesus, os Santos Reis receberam de presente da Virgem Maria, um manto. Quando se afastaram, já na viagem de retorno ao Oriente, abriram o manto e viram nele a cena da visitação bordada, com os Santos Reis, a Sagrada Família, os animais e os pastores. Então, fizeram do manto uma bandeira e formaram a primeira Companhia de Reis, anunciando ao mundo o nascimento de Jesus.

• Ritual

No ritual os palhaços brincam para angariar as oferendas para as festas de reis

As folias levam suas preces cantadas às casas dos foliões, porém sua função é precatória, ou seja, angariar fundos para a festa de 6 de janeiro, ou dia de Santo Reis.
Recebida a esmola, os foliões agradecem de formas variadas, podendo ser com danças e  versos aos donos da casa. Geralmente, os donos da casa oferecem "pinga" da boa, café com biscoito ou até jantar.
A extensa seqüência ritual seguida pelos foliões consiste, basicamente, numa cantoria guiada pelo embaixador, na qual os foliões cantam diante do dono da casa pedindo licença para adentrar ou pousar. Entregam a bandeira com a imagem da Sagrada Família para os anfitriões que os recebe em sua casa. Cumprem promessas, cantam pedindo bênçãos aos moradores, pedem ofertas, agradecem os bens ofertados, pedem licença para se retirar da casa e, então, se preparam para a partida, podendo haver festa e bailes de encerramento e rito da entrega da doutrina.

• Personagens

Diversos personagens fazem parte da folia

Respeitando as variações de cada lugar, podemos afirmar que, em linhas gerais, cada personagem envolvida no ritual da Folia de Reis exerce uma função.
Ao mestre ou embaixador, conhecido também por folião-guia, folião-mestre, capitão, gerente ou chefe, cabe a função de organizar e manter a coesão do grupo além de ser a voz que inicia as cantorias. É o posto mais alto da hierarquia dentro da Companhia e conhecedor dos fundamentos da folia, responsável pela transmissão dos saberes referentes à origem do grupo.  Espera-se dele que conheça as tradições e toadas de Folias de Reis, pois há situações curiosas que exigem um conhecimento específico, como conta o senhor José Coppi, embaixador da Companhia de Sorocaba. Ele conta que houve situações em que a energia ambiental de uma casa era tão negativa que os instrumentos musicais da Folia se desafinavam sozinhos. Quando saiam daquele local os instrumentos voltavam à afinação. A Companhia conseguiu continuar graças aos conhecimentos do embaixador, que cantou uma toada especial para “quebrar” a sintonia daquele negativismo.
Os músicos, cantadores ou foliões são dividido por vozes, como quinta, contra-tala, tala, requinta. Especialistas em seus instrumentos procuram o aperfeiçoamento constante. Em coro, fazem as vozes da cantoria, compondo a toada característica da Companhia. Em outras regiões brasileiras é comum nas Folias a presença de pessoas caracterizadas de Reis Magos como personagens do grupo.
bandeireiro ou bandeireira é a figura que, à frente da Companhia, conduz o símbolo que legitima o grupo, a bandeira. Sua função é cuidar da bandeira, contando com a proteção dos bastiões.
festeiro, por sua vez, é a pessoa que se oferece e é escolhida para preparar a festa da chegada da bandeira.
apontador de prendas anota todas as ofertas recebidas em um caderno.
Porém, o personagem mais curioso e mais intrigante é o “palhaço”, também conhecido como Bastião - corruptela de bastão que carregam e com eles, fazem malabarismos. Pai Juão, Catrina,  Mocorongo, Malungo, Alferes, Mateus, Morengo, Pastorinhos são outros dos nomes que estes tão característicos foliões recebem pelo Brasil a fora. Vestidos com roupas coloridas usam máscaras feitas de vários materiais.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Existência de Quilombos & Quilombolas em Barra do Piraí


      Em 2007 uma equipe de professores e  gravações realizou a viagem que produziu filmagens em Barra do Piraí, no Quilombo São José, em Pedro Carlos e Itkamosi.
      Sábado, dia 17 de março, pela manhã, a equipe chegou ao Quilombo São José da Serra, no Distrito de Santa Izabel, no município de Valença. Lá ocorreu uma entrevista com Dona Teresinha, Seu Manoel Seabra e Seu João. Eles falaram sobre jongo e cantaram alguns pontos. Mas, Seu Manoel e Seu João também falaram sobre Calango e, por fim, improvisaram um roda de calango com direito a sanfona e pandeiro, além dos característicos versos rimados.
      À tarde deste mesmo dia, após algumas gravações na Fazenda Taquara em Barra do Piraí, a equipe reuniu na casa de Seu Juca, velho jongueiro, Dona Madalena e Tia Marina, duas “damas do caxambu” de Barra do Piraí. Deste encontro surgiu uma roda de jongo com pontos muito enigmáticos e metafóricos. Após a roda, os participantes falaram sobre os pontos e sobre suas experiências com Calango e Folias de Reis.
      À noite de sábado foi finalizada com um baile de Calango em Pedro Carlos, uma pequena vila próxima ao Quilombo São José da Serra. Seu Manoel do Calango tocava a sua sanfona de oito baixos, acompanhado por pandeiristas. Este baile foi marcado por uma presença ilustre: Seu Manoel Seabra, velho jongueiro do Quilombo São José, dançou e cantou calango, além de encontrar velhos parentes e conhecidos.
      Domingo pela manhã realizamos gravações na Fazenda Santana em Barra do Piraí. Esta fazenda, que era de propriedade do Barão do Rio Bonito, foi considerada por viajantes do século XIX como a fazenda modelo da região. O posicionamento das senzalas em relação à casa grande e uma sala de castigo, com selas para prisão, chamou a atenção da equipe.
      Depois de uma breve entrevista com “Feijão”, jovem calangueiro de 19 anos, a equipe foi registrar uma roda de calango na praça de Itakamosi. O grupo, chamado Itakalango, tocou durante à tarde e o “Feijão” protagonizou uma inspirada disputa de versos com o “Fofo”, outro jovem calangueiro. Os versos criativos e engraçados da dupla fecharam a viagem.

sábado, 30 de abril de 2011

Quilombos & Quilombolas

Quilombos

No período de escravidão no Brasil (séculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam fugir se refugiavam com outros em igual situação em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas. Estes locais eram conhecidos como quilombos. Nestas comunidades, eles viviam de acordo com sua cultura africana, plantando e produzindo em comunidade. Na época colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.

Na ocasião em que Pernambuco foi invadida pelos holandeses (1630), muitos dos senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato beneficiou a fuga de um grande número de escravos. Estes, após fugirem, buscaram abrigo no Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas.

Esse fato propiciou o crescimento do Quilombo dos Palmares. No ano de 1670, este já abrigava em torno de 50 mil escravos. Estes, também conhecidos como quilombolas, costumavam pegar alimentos às escondidas das plantações e dos engenhos existentes em regiões próximas; situação que incomodava os habitantes.

Esta situação fez com que os quilombolas fossem combatidos tanto pelos holandeses (primeiros a combatê-los) quanto pelo governo de Pernambuco, sendo que este último contou com os ser­viços do bandeirante Domingos Jorge Velho.

A luta contra os negros de Palmares durou por volta de cinco anos; contudo, apesar de todo o empenho e determinação dos negros chefiados por Zumbi, eles, por fim, foram derrotados.

Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na África e contribuindo para a formação da cultura afro-brasileira.


Quilombolas

É a designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.
Mais de duas mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Barra do Piraí

Projeto: Conhecendo o Rio de Janeiro



Para aquelas pessoas que desejam conhecer a história do Ciclo do Café através de suas fazendas, a cidade de Barra do Piraí é um grande referencial. Na segunda década do século XIX, o café começou a ser plantado no Vale do Paraíba e fazendas proveram-se para cultivar o fruto precioso. Nas fazendas, os turistas desfrutam das relíquias de um Brasil antigo através de saraus, chás imperiais, pesca ecológica, cavalgadas, produção de cachaça e inúmeras histórias empolgantes. Aliar a cultura dos casarões e fazendas ao turismo de aventura e ecológico, também é possível em Barra do Piraí. São cerca de 13 trilhas com cachoeiras, plantas selvagens e uma natureza exuberante, que podem ser exploradas de jipe, fazendo rapel, tirolesa ou traking. Temos uma ilha de refúgio para a fauna: o Santuário da Concórdia, criado em 1992 pela FUNATRA – Fundação Pró-Natureza, com a finalidade de preservar e perpetuar a natureza. O que você está esperando? Sinta a emoção e conheça a história em um só lugar!


Fonte Bibliográfica: Site Oficial de Barra do Piraí
Link: http://www.pmbp.rj.gov.br/portal1/intro.asp?iIdMun=100133008